sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Butão??? Eu quero!!!!!


" Quando a última árvore for cortada,

Quando o último rio estiver vazio,

Quando o último peixe for apanhado,

Só nessa altura o homem perceberá

que não pode comer dinheiro."


Essas palavras definem bem o que significa esse lugar. Se você é como eu e nunca ouviu falar do Butão, vai querer pegar o primeiro avião (?) pra lá!!!!! Primeiro porque é um desafio chegar, depois, por tudo o que envolve essa cultura.

Como nos conta Eric ,na sua aventura por descobrir os motivos de felicidade de alguns países, esse recanto o estusiasmou!!!

Butão tem picos altaneiros que tocam o céu, um rei benevolente, com 4 mulheres (todas irmãs), lamas, místicos e uma politica governamental de Felicidade Interna Bruta, já imaginaram?

Está situado na encosta da cordilheira do Himalaia, entre a China e a Índia, sendo a capital Thimpu.

Existe uma dificuldade burocrática enorme para se visitar esse local, havendo um limite de visitas de estrangeiros , aproximadamente 5000 por ano. A cada gringo que chega, é-lhe atribuído um guia, que recebe 200 dólares por dia para nós acompanhar. Só isso já afasta os mochileiros que conquistaram o vizinho Nepal.

Diz-nos o autor que os butaneses nunca foram colonizados nem conquistados, pelo que sua hospitalidade é genuína.

O interessante que ele nos aponta é que a Felicidade Interna Bruta procura medir o progresso do país, não através de folhas de balanço e sim pela felicidade ou infelicidade das pessoas.

A televisão somente lá chegou em 1999 (maravilha!!), logo se tornando um aspecto indispensável e controverso da vida butanesa.

Provavelmente o maior crime que existe no Butão é a venda clandestina de alguns alimentos. A baixa criminalidade que lá existe colabora muito para toda estatística de felicidade. Homicídio é uma palavra rara de se ouvir. Eric faz uma analogia dizendo que "... não e o crime em si que torna as pessoas infelizes mas sim a arrepiante sensação de medo que afecta a vida de toda gente."

O governo garante para toda a população educação e assintência médica gratuita e proíbe a venda de tabaco.


Eric encontrou-se com Karma Ura, uma força intelectual muito grande no butão, para discutir sobre a natureza da felicidade.


"-Considera-se feliz Karma?

- Sim, porque consegui alcançar a felicidade não criando expectativas irrealistas. Se tiver feito alguma coisa boa, então nesse momento, deverá sentir satisfação, o mais torna-se insignificante."


A geografia tornou aquele pais no que é, porque a montanha causa um certo isolamento e abranda o ritmo das pessoas.


" Por vezes o dinheiro compra a felicidade, mas temos de o dominar.. as pessoas no ocidente pensam que o dinheiro é necessário as relações, mas não é. Tudo se resume a honradez, lealdade. A confiança é um pré-requisito para a felicidade, é o factor que mais importa, que determina a nossa felicidade."


Dentre varias outras histórias dentro do Butão, o autor achou por bem, e eu acho que se encaixa perfeitamente, fazer uma reflexão da vida, e chegar a qualquer conclusão. Penso que, o que Eric conclui, se encaixa na nossa vida de alguma forma, mudando uma ou outra palavrinha:


"Não teria feito nada de outra forma. Todos os momentos de minha vida, todas as pessoas que conheci, todas as viagens que empreendi, todos os sucessos que alcancei, todos os erros que cometi, todas as perdas que suportei, tudo isso aconteceu na medida certa. Não estou a dizer que foram bons ou que tiveram lugar por alguma razão - não sou fatalista - mas foram certos. Foram... bem."


Lugares meditativos nos fazem encontrar o nosso "eu" que está lá dentro a espera de falar conosco. Vamos para um pouco e ouvir o que ele tem a dizer? As vezes, na nossa vida, basta darmos uma paradinha, uma respirada, conectar um pouco com o silêncio, e só essa atitude nos ajuda a resolver nosso temores.


(No Quatar a felicidade é um bilhete de loteria premiado!)



Luz à todos!

foto: Ihsan Mursaloglu

sábado, 11 de outubro de 2008

Os suiços sabem o que fazem


O outro país da lista de felicidade que nosso autor visitou foi a Suiça. Para nós, Suiça é sinónimo de perfeição, de educação.



Transcrevo: " a Suíça é competente e pontual, rica e com uma taxa de desemprego quase nula, também tem ar puro e ruas imaculadas. Chocolate? Delicioso e abundante! Mas feliz?" Arthur Schopenhauer dizia que a felicidade é ausência de miséria, então os suíços são mesmo ricos, mas a felicidade exige um pouco de alegria certo? Eric se sente confuso por encontrar a Suíça na lista dos países mais felizes, bem melhor classificada que Itália e Franca, dois países que inventarem a joie de vivre. Pessoalmente acho que a funcionalidade suíça colocou-a nesse patamar..
Mas Eric não cansa de a classifica-la como muito enfadonha, sem vida!!! ele diz que os estudiosos da felicidade descobriram que, de um ponto de vista estatístico, os suíços sabem o que fazem e é melhor viver nesse meio-termo, do que oscilar constantemente entre grandes altos e terríveis baixos.
Será aí que se encontra a bem aventurança dos suiços?
Acho que também toda aquela natureza ao redor inspira!!!!


Uma coisa interessante e actual que o autor coloca é que a eutanásia na Suiça é totalmente legalizada, enquanto que cortar relva ao domingo é proibido! Qual o critério para se debater ou comparar questões do cotidiano com questões ligadas a forma como queremos morrer, por exemplo?

Decididamente, para o autor a Suiça é um tédio!!!!

Mas conforme ele vai se adaptando ao dia-a-dia suiço começa a perceber que eles nao são nada entediantes, apenas parecem ser. Tanto que ele criu um blogue pedindo aos suiços para comentarem sobre a felicidade, e eu achei espectacular um dos comentários, que para mim em particular diz muito: " TALVEZ A FELICIDADE SEJA ISSO: NAO SENTIMOS QUE DEVÍAMOS ESTAR NOUTRO LUGAR, A FAZER OUTRA COISAS, SENDO OUTRA PESSOA..."

O que eu sei de diversos pessoas que conheço é que quem vive na Suiça, não quer sair mais de lá!!!!!!


Mas adiante... vamos ao Butão???


Luz à todos!

foto: www.olhares.com

domingo, 5 de outubro de 2008

Felicidade no mapa-mundi



"Nestes tempos de guerra e de rumores de guerra, nunca sonhaste com um lugar onde haja paz e segurança, onde viver não seja uma luta constante mas uma alegria perene?"



Horizonte Perdido, realizado por Frank Capra em 1937.







Essa frase vem na introdução de um livro que estou lendo, muito interessante, que se chama "Geografia da Felicidade" de um jornalista norte-americano, Eric Weiner. Com base em um estudo realizado sobre a ciência da felicidade, alguns países no mundo foram eleitos como os mais felizes, onde as pessoas são mais felizes. Então esse jornalista decidiu visitá-los para perceber o porque dessa eleição, porque estava a felicidade em determinados países.



A questão que impera num estudo desse é saber como se mede a felicidade, e é simples: pela atitude perante a vida. Aristóteles disse: "A felicidade é uma actividade virtuosa da alma", ou, uma vida virtuosa é uma vida feliz. Diz-se nesse livro que "a distribuição de riqueza não prediz felicidade. Países mais pobres não são menos felizes que os considerados mais ricos, as vezes são até mais felizes."



O primeiro país que Eric visitou foi a Holanda. Diz que os holandeses toleram tudo! No dia-a-dia 3 actividades trazem felicidade: drogas, prostituição e ciclismo, todas legalizadas! Mas com moderação.... Os coffee shops holandeses são famosos!!!!



Mas a tolerância com tudo e todos tem um preço, se nos lembrarmos do assassinato de Theo Van Gogh, por um extremista muçulmano, em Holanda.



Diz o autor: "A relação entre felicidade e consumo de estimulantes, segue uma curva em U invertido. Tipos desmancha-prazeres e que bebem demais são menos felizes que os consumidores modestos." Tudo com moderação!



Acho interessante a conclusão que ele faz quando deixa a Holanda, dizendo que a tolerância é muito boa, mas pode facilmente levar a indiferença, perdendo, a vida, uma certa graça.



Então aí esta a felicidade dos holandeses: tolerância que leva a liberdade a todos os níveis. Não podemos saber se é certo ou errado, porque cada um de nós define felicidade de forma diferente. Só quero mostrar a vocês alguns aspectos desse livro, e de todos os países considerados "felizes" através de um "estudo", não é nada pessoal.







O próximo país é a Suíça. Por que serão os suíços tão felizes?

Luz à todos!
Foto:www.olhares.com