domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sensações Soteropolitanas


Ouvindo Marisa Monte na Casa de Jorge Amado está me dando uma sensação indizível...

Estar em um lugar que me remete automaticamente a outro, do outro lado do oceano, me faz crer que tudo caminha sempre para o encontro conosco mesmo.

Nas ladeiras e nas pedras do Pelourinho, onde por momentos sem fim pensei estar em Lisboa (no Bairro Alto ou em Alfama), na escadaria do Pagador de Promessas, no esconderijo dos escravos, ou olhando a Baía de Todos os Santos... alma completamente entregue ao mar... não é imagem fictícia de livros românticos...
Quem consegue olhar com olhos de sentir, descobre um universo à parte, o qual a maioria desconhece...

Salvador não pode ser reconhecida como sinônimo de Carnaval.. é muito pouco... é nada, perto de toda sua história, perto da pulsação dos atabaques.

Salvador merece um olhar mais carinhoso, merece um investimento cultural, um mês dedicado a cultura e não a folia apenas. Sim, há muita cultura na folia, mas o temor maior é que o axésismo tome conta ainda mais da mente dessas pessoas tão carentes de carinho, de cuidado, de amor-próprio.

Despertar essas mentes para a curiosidade da vida, despertar a sede de descobrir sua própria história, suas origens. Enriquecer suas almas, seus sentimentos, seus pensamentos.

Mudar o slogan de venda turística seria um bom começo para a renovação moral dos soteropolitanos.

(Este é o início de uma série de olhares meus sobre esta cidade que me foi apresentada de modo muito singular...)


Luz à todos!!

(Foto: portão da Igreja do Senhor do Bonfim)