segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Felicidade no Qatar?




Voltando à maravilhosa viagem de Eric pelo Mundo da Felicidade, chegamos no Qatar. O que esperar de felicidade nesse país? Um país com um tamanho insignificante e riquíssimo!! Será que a felicidade é mesmo o dinheiro??? Para começo de viagem, nenhum qatariano viaja de executiva, e sim em primeira classe, como nos diz Eric.

Olhem que interessante essa frase: " A Qatar Airwyas envolve-nos num fofo roupão de luxo, na esperança de que não cheguemos à desconfortável e inevitável conclusão: o Qatar contratou no estrangeiro a sua companhia área nacional."

Diz-se que no Qatar existe uma variedade de rostos, de todas as cores possíveis e imagináveis: vermelho-rubi, negro-alcatrão, branco-fantasma, vermelho-escaldão, e o preto do véu fundamentalista Islão.

Sinceramente não esperava encontrar no Qatar hotéis tão luxuosos que fizessem nosso escritor pensar: " O que acontece a alma de uma pessoa quando ela se entrega a quantidades excessivas, obscenas, de luxo ávido? Haverá um ponto em que o conforto excessivo acaba por diluir o nosso contentamento?"

Penso que o que mais resume esse capítulo sobre o Qatar é o seguinte: " Imagine que é rico, bem como sua família mais alargada. Absurdamente ricos. Agora duplique a quantidade. De seguida, imagine que a sua família tem seu próprio país algures na Península Arábica." Fantástico não é? Ironicamente fantástico! (se formos pensar num país como o Iemen).

De acordo com uma norte-americana que trabalha em uma universidade, existe uma hieraquia na classe trabalhadora dos qatarianos: na base da pirâmide estão os nepaleses ( homens de pele avermelhada e ar de espanto, com uma aptidão normal para trepar em andaimes sem cabos de segurança), seguem-se os indianos (pele escura, conduzem táxis e não se queixam muito), depois os filipinos (trabalham em hotéis e restaurantes pela aptidão a língua inglesa).

Sendo o Qatar vítima de ventos constantes, nunca está exactamente igual.

Mas uma coisa bonita que se diz é sobre os desertos, pois não são considerados lugares felizes. "Falamos de desertos culturais, desertos de alma. Os desertos são lugares vazios, agressivos e impiedosos. Mas, de tempos a tempos, alguma coisa maravilhosa e inesperada floresce no deserto. Duas das maiores religiões do mundo (Islão e Judaísmo) lançaram sua raízes no deserto, sendo que a literatura árabe está repleta de homenagens à vida no deserto.

Segundo Ibn Khaldoun, grande intelectual árabe do século XIV: " As pessoas do deserto, que carecem de alimento e de tempero, são mais saudáveis de corpo e melhores de carácter que as pessoas que vivem nas colinas e tudo têm".

Incrivelmente, Eric não conseguiu contactar nenhum qatariano , e por quê? Primeiro por ser americano, depois por ser jornalista e possuir um nome que soa a judeu! Entretanto após alguns dias conseguiu beber um chá com alguns deles, e fez a célebre pergunta: "É feliz?" A qual foi respondida:" Se quiser conhecer a verdadeira felicidade tem que se tornar muçulmano. Tem que acreditar e saber que as coisas estão nas mãos de Deus. Alcançará aquilo que Alá designou para si." Por que sempre relacionar felicidade a alguma religião?? Esse assunto tem lotado prateleiras e mais prateleiras a qual ninguém responde efectivamente.

É PESSOAL, É QUESTÃO DE CADA UM.

Isso não explica o facto de países como Dinamarca, Suíça ou Holanda, que não são muito religiosos, serem países felizes!

"Um ingrediente importante para uma vida feliz é a ligação a uma coisa maior do que nós, o reconhecimento de que não somos meras luzinhas piscando no radar cósmico, mas uma parte integrante de algo muito maior."

Por outro lado: " Quando a Ambição é nosso deus, o escritório o nosso templo, o manual do trabalhador a nossa Bíblia, a bebida sagrada é o café, ingerida 5 vezes ao dia, quando veneramos a Ambição, não há Sabbath, nem dia de descanso. Todos os dias levantamo-nos cedo e ajoelhamos perante o nosso deus Ambição, voltados para nosso PC. Rezamos sós, sempre sós, mesmo quando possam estar outros presentes. A Ambição é um deus vingativo, capaz de punir aqueles que não o veneram fielmente, mas isso não é nada comparado com o que Ele reserva ao fiéis. Estes sofrem o pior castigo de todos. Porque só quando eles estão velhos e cansados, sepultados no escritório, é que a compreensão da realidade os atinge como um raio bíblico. O deus Ambição é um falso deus , e sempre o foi."

Essa citação é fantástica e muito actual, para nós pensarmos qual é o nosso Deus, onde esta a nossa felicidade, não a felicidade que o outro acha melhor para nós , mas aquela que sentimos dentro do peito como NOSSA!!!!



De minha parte desejo à vocês um Renascimento produtivo e mais feliz! Que o Natal não seja apenas comercial mas sentimental. Que cada um reserve um tempinho para conversar com seu Universo pessoal e agradecer tudo o que possuem, mais nada....




Luz à todos!!!!