sábado, 3 de janeiro de 2009

À parte a crise: Islândia!



Há um lugar, em especial, no globo, que eu sou doida para conhecer, principalmente pelo Sol da Meia-Noite!!




" A Islândia?! Terra do gelo? Do frio e da escuridão, que aparece periclitante, na borda do mapa, como que prestes a cair a qualquer instante?? Sim, essa Islândia."




É interessante essa questão do clima, porque o autor faz a seguinte interpretação (vejam lá se vocês não concordam):




"São muitas as teorias que dão como mais felizes as pessoas dos climas frios ou temperados, do que as pessoas dos climas , quentes e tropicais. Existe uma teoria que diz que a vida nas regiões quentes é fácil demais, a refeição simplesmente cai dos coqueiros. A cooperação com o próximo é opcional. Nos lugares frios, pelo contrario, a cooperação é obrigatória, as pessoas têm que trabalhar em conjunto para assegurar uma boa colheita ou uma boa pesca de bacalhau. Ou morrem todos. Juntos."



Na Islândia existe uma longa historia no que diz respeito ao álcool. Ele foi proibido por um breve período, ao mesmo tempo que os Estados Unidos, com o mesmo sucesso, entretanto, essa proibição foi levantada em 1930, sendo que, hoje, os islandeses o veneram com muita devoção!




Mas culturalmente, o governo islandês apóia muito os escritores, com generosos subsídios, havendo portanto, inúmeros profissionais da área, com talento ou não, o mais importante é tentar, e não o tão procurado sucesso. Porque na Islândia um fracasso não é um estigma, é admirável uma pessoa que falha com as melhores intenções pois talvez tenham falhados por não serem suficientemente implacáveis, por exemplo.


Mihály Csíkszentmihalyi, psicólogo, escreveu em seu livro "Fluir": "Não são as capacidades que realmente temos aquilo que determina a forma como sentimos, mas aquelas de que julgamos dispôr".




Quem vive em Reiquiavique (capital da Islândia) é Bobby Fischer, antigo campeão de xadrez. Ele tomou parte em uma das mais famosas competições de xadrez da história, que foi vista pelas televisões em todo mundo , derrotando o russo Boris Spassky. Mas não tem uma história muito feliz.



Agora, muito engraçado foi verificar que os islandeses não comem nada que tenham mal aspecto, entretanto se formos comparar ao aspecto ao sabor, como explicar que os pratos preferidos deles sejam súrsadir hrútspungar (testículo de carneiro) ou ainda harkal (tubarão podre)? Eric experimentou o tubarão!! De seguida teve que beber uma bebida nacional islandesa, única capaz de tirar o gosto da boca que se chama svarti dauoi (morte negra).



Nosso narrador constatou que qualquer islandês diria que seu idioma é o viking puro, enquanto os restantes povos escandinavos falam uma versão diluída, abastarda. Tal como os franceses são ferozes defensores da língua materna, os islandeses também o são, mas sem serem hipócritas, uma vez que todos sabem falar inglês tão bem como islandês, bilinguismo não é um palavrão.



No que diz respeito a felicidade, todas as culturas tem muito mais palavras para descrever estados emocionais negativos do que positivos. O que faz pensar. Será que estamos programados para infelicidade? Ou talvez felicidade seja tão sublime, tão evidente, que não exija muitas palavras para a descrever.... O modo formal dos islandeses saudaram é kondu soell (vem feliz) e quando se despedem é vertu soeell (vai feliz). Inspirador não?!




Eric é , então, apresentado a Hilmar, uma espécie de chefe druida, de sobrenome impossível de reproduzir, é o líder da fé pagã, para além de ser um dos primeiros mentores de Bjork, e estrela da musica pop. Entre outas coisas, Hilmar fez questão de explicar que "os vikings não violavam, nem pilhavam, pelo menos não mais do que qualquer outro povo, seu contemporâneo. Essas foram historias inventadas pelos irlandeses que pretendiam desacreditar os recém-chegados vikings."




Agora, o trecho que eu mais gostei dessa descrição da Islândia, modo de vida e felicidade, é quando Eric entra em contacto com um americano que está a viver na Islândia, muito feliz, e tenta perceber porque esse homem trocou a América pela Islândia, o que ele não conseguiu explicar. O que Jared conta é que numa viagem que fez pela Europa e Islândia, só conseguia contar aos amigos sobre a Islândia, quando lhe deu o tal "estalo". Acima de tudo Jared adora viver numa cultura que não coloca as pessoas em caixas, ou que pelo menos lhes permite passarem de uma caixa para outra. Jared nao se sente "estrangeiro", os islandeses não são "eles" e sim "nós", quando ele quer contar uma historia qualquer. Eric nomeia essas pessoas apátridas como refugiados hedónicos, por serem mais felizes em outro pais do que no seu próprio, como se tivessem constatado que nasceram no país errado. Mas também Eric aponta que todo país precisa dos inadaptados culturais, porque são essas pessoas quem produz grandes artes e ciências, como Einsten, um judeu alemão, totalmente inadaptado culturalmente.




"O meio através do qual procuramos alçancar o objectivo da felicidade é tão ou mais importante do que o objectivo em si."
Luz à todos!!