domingo, 27 de fevereiro de 2011

Recolha seu coração louco....


Hoje eu estava revendo um filme, Coração Louco, com Jeff Bridges, e num determinado momento ele compõe uma canção que traduziu-se mais ou menos assim:

"O seu coração está solto,
Você jogou os dados sem ter nada a perder,
Este lugar não é para os cansados...
.... você não pertence a este lugar
Recolha seu coração louco e tente de novo..."

Na primeira vez que eu vi o filme já quis escrever sobre, mas não se proporcionou, como agora...

Eu não sei em que momento de minha vida optei por levá-la sem amarras, sem peso, sem obrigação... sedenta de conhecimento e crescimento... mas a verdade é que a que cada lugar que vou, que permaneço seja por quanto tempo for, um pedaço de mim fica... e ultimamente tenho sentido que o suposto "buraco" não existe! Ele é preenchido automaticamente por tudo de bom que eu levo dos lugares, das pessoas, das paisagens, das conversas... a mais pura e verdadeira relação de troca existente entre o que eu sou e o universo! Evidentemente também levo saudades... mas a saudade tem me deixado feliz, pois significa que foi bom, que houve permanência... que há permanência...

Realmente a vida não é para os cansados, pois toda hora é hora de tentar de novo, para quem tenta viver de verdade... e ter essa sensação que estou tendo...

Ter um coração louco é pagar o preço... eu estou sempre disposta a pagar esse preço porque é renovador em mim tentar de novo...
Se eu me canso? Sim, canso muito quando não tenho nada novo para ver, sentir, conhecer... Gostaria de parar? De conhecer, não... É o que me move, mata minha sede! Faz com que eu me conheça melhor, entre em contato comigo... Se um dia eu parar, será só geograficamente, será só quando sentir que posso colorir minha vida diariamente no mesmo lugar...
A vida se pinta de preto e branco se não tenho nada novo para me emocionar, para me sentir como uma criança descobrindo a vida...

O que posso fazer é compartilhar com vocês todas as cores que ando vendo por aí...
Vocês aceitam?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sensações Soteropolitanas


Ouvindo Marisa Monte na Casa de Jorge Amado está me dando uma sensação indizível...

Estar em um lugar que me remete automaticamente a outro, do outro lado do oceano, me faz crer que tudo caminha sempre para o encontro conosco mesmo.

Nas ladeiras e nas pedras do Pelourinho, onde por momentos sem fim pensei estar em Lisboa (no Bairro Alto ou em Alfama), na escadaria do Pagador de Promessas, no esconderijo dos escravos, ou olhando a Baía de Todos os Santos... alma completamente entregue ao mar... não é imagem fictícia de livros românticos...
Quem consegue olhar com olhos de sentir, descobre um universo à parte, o qual a maioria desconhece...

Salvador não pode ser reconhecida como sinônimo de Carnaval.. é muito pouco... é nada, perto de toda sua história, perto da pulsação dos atabaques.

Salvador merece um olhar mais carinhoso, merece um investimento cultural, um mês dedicado a cultura e não a folia apenas. Sim, há muita cultura na folia, mas o temor maior é que o axésismo tome conta ainda mais da mente dessas pessoas tão carentes de carinho, de cuidado, de amor-próprio.

Despertar essas mentes para a curiosidade da vida, despertar a sede de descobrir sua própria história, suas origens. Enriquecer suas almas, seus sentimentos, seus pensamentos.

Mudar o slogan de venda turística seria um bom começo para a renovação moral dos soteropolitanos.

(Este é o início de uma série de olhares meus sobre esta cidade que me foi apresentada de modo muito singular...)


Luz à todos!!

(Foto: portão da Igreja do Senhor do Bonfim)