sexta-feira, 23 de setembro de 2011

"Eu, caçador de mim"


Há exatos 13 anos atrás entrei dentro de um avião rumo ao desconhecido... Parece que foi ontem! Ainda lembro detalhes que podem parecer banais mas que marcaram e ficaram na minha memória.

Lembro ter chorado muito na fila do passaporte, porque estava rompendo com elos, amarras que me prendiam. Estava morrendo de medo também, não da viagem, mas do que ia encontrar... um medo quase paralisante, um medo que me cobrava a todo instante que "tinha que dar certo", eu não podia voltar (isso dentro da minha cabeça). Cruzei o oceano com expectativas, sonhos e projetos... Nada do que eu idealizei ou esperei aconteceu... Surpresas e encantos, tristezas e saudades, amores e desilusões, sucesso e fracasso, e amizades, que perduram e são eternas.
Histórias de outras vidas se misturando na minha... tanto que aprendi! E ensinei, e como ensinei!

Posso dividir minha vida em AP e DP (antes de Portugal e depois de Portugal).

Não imaginei que ao atravessar a fronteira uma nova pessoa estava surgindo... não dei importância a isso, dei importância aos meus medos, que nunca se tornaram reais (por isso medo e expectativas são grandes vilões na nossa vida).
Vivi muito, ri muito, chorei demais, fui amada e amei (infelizmente não ao mesmo tempo), viajei, bebi todas, dancei, trabalhei muito, aprendi de tudo, me perdi e estou me achando.

Eu não consigo encontrar palavras para descrever a importância desse momento.

Apenas tenho que agradecer a oportunidade de viver e descobrir em mim novos rumos, desapegar do material, saber que tudo acontece a nosso favor (apesar de ainda não entender um monte de coisas).

Voltei ao Brasil para um pequeno período sabático... e lá vão 2 anos! Vencendo sempre limites e enfrentando a mim mesma, todos os dias... o que gosto, não gosto, me deixa feliz, me angustia, me acalma, me faz chorar...

Hoje estou do lado do mar, um mar que não abandonarei! "Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal". O Tejo me acompanhou diariamente naquele comboio e já não posso mais estar longe da água. Como autêntica pisciana...

Agora enfrentando novos projetos, novos amigos, novos cenários, sempre em busca do novo, que é o que move, e me faz caminhar: o novo!


Luz à todos!

Foto: Patricia Brandão
(Estação de Comboio de Lisboa)