domingo, 29 de junho de 2008

Doloroso, mas necessário..


Hoje em conversa com uma amiga em um café no centro de Lisboa, surgiu como tema a figura de Aristides Sousa Mendes, consul português na altura da II Guerra, no nazismo e da ditadura de Salazar em Portugal, a qual algumas pessoas têm saudades (?). Segue alguns relatos sobre essa figura emblemática e espírito de luz:






"Aristides de Sousa Mendes permanece ainda cônsul de Bordéus quando tem início a Segunda Guerra Mundial, e as tropas de Adolf Hitler avançam rapidamente sobre a França."

"Pela Circular 14, Salazar ordena aos cônsules portugueses espalhados pelo mundo que recusem conferir vistos às seguintes categorias de pessoas: "estrangeiros de nacionalidade indefinida, contestada ou em litígio; os apátridas; os judeus, quer tenham sido expulsos do seu país de origem ou do país de onde são cidadãos".

"Já no final de 1939, Sousa Mendes tinha desobedecido às instruções do seu governo e emitido alguns vistos. Entre as pessoas que ele tinha então decidido ajudar encontra-se o Rabino de Antuérpia Jacob Kruger , que lhe faz compreender que há que salvar os refugiados judeus.
A 16 Junho de 1940, Aristides decide entregar um visto a todos os refugiados que o pedirem: "A partir de agora, darei vistos a toda a gente, já não há nacionalidades, raça ou religião". Com a ajuda dos seus filhos e sobrinhos e do rabino Kruger, ele carimba passaportes, assina vistos, usando todas as folhas de papel disponíveis."

"A 8 Julho de 1940, Aristides encontra-se regressado a Portugal. Será punido pelo governo de Salazar: ele priva Sousa Mendes, pai de uma família numerosa, do seu emprego diplomático por um ano, diminui em metade o seu salário, antes de o enviar para a reforma. Para além disso, Sousa Mendes perde o direito de exercer a profissão de advogado. A sua licença de condução, emitida no estrangeiro, é-lhe retirada.
O cônsul demitido e sua família sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa, que facilitou a alguns dos seus filhos os estudos nos Estados Unidos."

"Aristides de Sousa Mendes faleceu muito pobre a 3 de Abril de 1954, no hospital dos franciscanos em Lisboa. Não possuindo um fato próprio, foi enterrado numa túnica de franciscanos."

"Foi o "Oskar Schindler português" (comparação pouco reconhecedora do facto de Aristides ter salvo um número muito superior de pessoas das de Schindler)."

"Em 1967, em Nova Iorque, a Yad Vashem, organização israelita para a recordação dos mártires e heróis do Holocausto, homenageia Aristides de Sousa Mendes com a sua mais alta distinção: uma medalha comemorativa com a inscrição do Talmude «Quem salva uma vida humana é como se salvasse um mundo inteiro». A Censura salazarista impede que a imprensa portuguesa noticie o acontecimento. "

"Não acatou a proibição de Salazar de se passarem vistos a refugiados: transgrediu e passou 30 mil, sobretudo a judeus. Foi demitido compulsivamente. A sua vida estilhaçou-se por completo. "É o herói vulgar. Não estava preso a causas. Estava preso a uma questão fundamental: a sua consciência", afirma o jornalista Ferreira Fernandes."


Há que agradecer a liberdade que temos hoje, ainda rodeadas por guerras e discórdias, sejam por questões religiosas ou meramente .... não se sabe bem por quê???
Há que lembrar o passado para precaver o futuro que queremos para o nosso mundo, ainda em evolução...
Há que elevar o pensamento no mais alto nível de pureza, e nessa comunhão, entrar em harmonia com o Universo, que tudo faz para nos engrandecer...
Há que fazer a nossa parte!!!


Luz à todos!!
(foto:www.olhares.com)